v. 4 n. 02 (2021): REIVA Março - Edição mulheres

“Eu não sou livre enquanto alguma mulher não o for, mesmo quando as correntes dela forem muito diferentes das minhas. ” – Audre Lord (líder ativista pelos direitos civis das mulheres negras nos EUA)
Infelizmente, vivemos em uma sociedade com bases quase exclusivamente masculinas, no cotidiano acadêmico a produção filosófica, artística e científica apresentam-se com mulheres notáveis, entretanto, secundarizadas através dos discursos e de práticas sexistas.
A mulher sempre esteve presente nos momentos de construção e transformação da sociedade, mas, como todo grupo à margem, não teve sua participação mencionada na história. Para compreendermos essa dinâmica social, necessário trazer a baila alguns marcos históricos de conquistas femininas.
A luta da mulher por equidade e respeito data de séculos, para ilustrar essa caminhada descrevemos as principais conquistas da mulher no Brasil: 1.827 – meninas são liberadas para frequentar a escola; 1.832 – a obra Direitos das Mulheres e Injustiças dos Homens é publicada; 1.879 – mulheres conquistam o direito ao acesso a faculdade; 1932 – Mulheres conquistam o direito ao voto; 1962 – É criado o Estatuto da Mulher Casada; 1977 – A Lei do Divórcio é aprovada; 1979 – Mulheres garantem o direito à prática do futebol; 1985 – É criada a primeira Delegacia da Mulher; 1988 – A Constituição Brasileira passa a reconhecer as mulheres como iguais aos homens; 2002 – “Falta da virgindade” deixa de ser crime; 2006 – É sancionada a Lei Maria da Penha; 2015 – É aprovada a Lei do Feminicídio; 2018 – A importunação sexual (em que a maioria das vítimas são as mulheres) passou a ser considerada crime.
Todas essas conquistas, carregam dores, preconceitos, marginalização, violência, todavia, geraram buscas por discussões e reconhecimento sobre gênero, misoginia, feminismo e empoderamento feminino.
Hoje as acadêmicas Gabriele Fagundes de Medeiros, Gleicikely Reis Silva, Dayane Pereira do Nascimento e Karin Felinto de Oliveira, partilham conosco o conhecimento através de artigos que contam sobre a violência doméstica e questões de gênero e raça; a participação da mulher no mercado de trabalho; a contribuição da mulher no ensino e na literatura; e o aumento da violência contra a mulher em tempo de pandemia; nos levando a refletir sobre o papel que esta vem desempenhando na sua sociedade atual, bem ainda as dificuldades que enfrenta frente a família, sociedade, o poder público e o direito.
Esta edição da revista REIVA, tão simbólica pelo mês da mulher e imponente pelos artigos apresentados, nos leva a repensar a família, os modos de violência e racismo, a participação da mulher na educação e na academia e, ainda trará o sentimento de pertencimento as meninas que hoje entram numa faculdade, o reconhecimento de professoras que contribuem todos os dias para a formação de profissionais e o orgulho de saber que novas mulheres estão sendo inseridas no mercado de trabalho, com educação, representatividade, respeito e dialogo com a sociedade. Esta é a luta pelos direitos da mulher!
Boa leitura!
Profª. Juliana Maussara
Profª. Graciele Araújo