DITADURA MILITAR E A GUERRILHA DO ARAGUAIA
O DISCURSO HÍBRIDO NO ROMANCE OS PECADOS DA TRIBO DE JOSÉ J. VEIGA
Palavras-chave:
Gênero, Discurso, Romance, Guerrilha do Araguaia; José J. VeigaResumo
Este trabalho propõe uma análise da composição discursiva e formal que permeia a construção de sentido no romance Os pecados da tribo de José J. Veiga. Primeiramente, situa-se quanto à possibilidade de transgressão de gênero como um processo intrínseco da literatura contemporânea, alicerçada na diversidade e na múltipla exploração de recursos textuais para uma produção que acompanha o mundo em evolução. O romance, gênero correspondente à narrativa em estudo, é apresentado a partir da reflexão acerca da natureza híbrida do discurso romanesco, gênero plurilinguístico, plurivocal e pluriestilístico. O trabalho analisa as possíveis estratégias discursivas e formais utilizadas pelo autor, envoltas pela alegoria da ditadura militar no Brasil. Assim, a partir de tais direções, compreende-se que devido o contexto de produção deste romance, as estrategias discursivas atuam com a intencionalidade de desviar-se da censura e promover reflexões através de um narrador-personagem que relata os segredos e anseios de um povo marcado pelo autoritarismo e a incerteza, integrando elementos do gênero diário em sua narrativa. Deste modo, sendo uma pesquisa bibliográfica, este estudo baseia-se nos pressupostos teóricos de Mikhail Bakhtin (2011/2014), Tzvetan Todorov (1980/ 1988), Emil Staiger (1977), Umberto Eco (1986), dentre outros.